quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Cristo, Centro da História




A luz que emanou da Gruta de Belém, na noite de Natal, não ficou circunscrita àquele exíguo espaço. Ela se projetou na História, pelos séculos afora, e crescerá em esplendor até o fim dos tempos, quando Cristo se manifestará em toda a sua glória. 

Mas a luz produz sombras que ressaltam a beleza de seu brilho. Também o Natal tem sombras... A atitude de Herodes é uma delas. Ao ouvir a pergunta dos reis Magos — “Onde está o rei dos judeus?” —, ele se perturbou e toda a Jerusalém com ele, diz o Evangelho. “E reunindo todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias” (Mt 2, 4). 

Quando Jesus Menino deu os primeiros vagidos, suavemente embalado nos braços virginais de Maria, já os acontecimentos se desenrolavam em função d’Ele. O eixo da História se deslocava dos palácios dos grandes desta terra para aquela humilde Gruta. 

Os Céus se abriram e desceram legiões de anjos, cantando para festejar o nascimento do Messias. Do Oriente vieram poderosos reis com seus grandes séquitos para O adorar. Simeão e Ana se alegraram ao ver Jesus Menino e profetizaram a seu respeito. Herodes procurou matá-Lo... Diante de Jesus, ninguém ficou indiferente. Mudou o eixo da História, e esta passou a girar em torno daquele Menino, nascido da Virgem Maria. Tal realidade iria tornar-se cada vez mais notória à medida que se expandisse a Igreja. 

Qual homem, por mais célebre que tenha sido, ocupa na História papel tão central? 

Ao longo dos séculos, os acontecimentos se sucederam, ruíram povos, impérios e nações. Outros surgiram no seu lugar. Até o fim do mundo, quantas civilizações desaparecerão ainda? 

Em nossos dias, Jesus já é conhecido em toda a terra. Podem os homens aceitá-Lo, rejeitá-Lo ou mesmo persegui-Lo; não, porém, permanecer indiferentes diante d’Ele. As perseguições são, elas mesmas, testemunho de sua incomensurável grandeza. 

                                                                       * * * 

A própria seqüência do ciclo litúrgico — que rememora ao longo do ano toda a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, até sua Ascensão aos Céus — é uma forma de continuamente ressaltar, nas celebrações eucarísticas de todas as igrejas da terra, essa posição única de nosso Redentor no centro dos acontecimentos humanos. 

E a cada novo ano, ao se comemorar o Natal, não há quem não pare um instante e não sinta o apelo suave e consolador do Deus-Menino, infundindo Paz e convidando a segui-Lo. Esse convite será aceito ou recusado. Mas Cristo não deixou de constituir o centro da existência de cada um de nós. E assim será de forma crescente, até o fim dos tempos, quando Jesus se manifestar gloriosamente a toda a humanidade, tornando-se de forma irrecusável e visível o centro, não mais da simples História, mas de toda a eternidade.