Os Anjos tecem hipóteses e fazem considerações sobre o futuro;os homens, em geral, também anseiam por saber como será o dia de amanhã. Para Deus, entretanto, não existem incógnitas. Nada acontece sem que Ele já soubesse desde toda a eternidade. Toda a História encontra-se diante d’Ele como perpétuo presente.
Por que Deus não nos revela em minúcias esse conhecimento exato do porvir?
Entre outras razões, para nos manter em estado de vigilância: “Quanto àquele dia ou hora, ninguém o sabe, nem os Anjos do Céu, nem o Filho, somente o Pai. Estai alerta! Vigiai, porque não sabeis quando será o momento” (Mc 13, 32-33). Se o homem tivesse ciência do dia e hora da própria morte, por exemplo, correria grave risco de relaxar seu comportamento ao longo da existência, deixando para o último instante uma grande conversão... esperança muitas vezes ilusória, pois geralmente se cumpre o velho aforismo: Qualis vita, finis ita — como foi a vida, assim será a morte.
Ademais, o fato de o homem conhecer o futuro poderia ser considerado uma realização da mentira da serpente a Eva no Paraíso: “Sereis como deuses” (Gn 3, 5). Tal prerrogativa faria crescer irresistivelmente a inclinação da humanidade para estabelecer um governo independente do Criador.
Ora, na abertura de todo novo ano salta de dentro de nossos corações a incógnita de como se dará o desenrolar dos acontecimentos ao longo dos próximos 365 dias. Poderá alguém estar certo de não morrer nesse período? Qual a previsão para minha família, meus negócios, minha saúde, ou mesmo minhas relações sociais? Haverá alguma nação ou povo que possa estar tranqüilo quanto à sua estabilidade? Ainda mais nesta era pervadida de ameaças e ações do terrorismo internacional — com bombas nucleares espalhadas por todo o orbe, e na qual Deus e a moral vão sendo cada vez mais ofendidos e desafiados —, com base em quais fatores pode-se prever seguramente o rumo do acontecer humano?
Porém, para o homem de Fé, há um farol que não se apaga: A Igreja é imortal. “As portas do inferno não prevalecerão contra Ela” (Mt 16, 18). Alicerçada nessa promessa do Divino Salvador, sejam quais forem os acontecimentos, Ela, não só jamais morrerá, mas produzirá novos e belos frutos até o fim do mundo.
Tendo em vista essa categórica promessa do Redentor, temos plena convicção de que a Igreja é inabalável, a Igreja é imortal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário