Os magníficos comentários do
Mons. João Clá Dias nos mostra
como a dor nos leva ao amor a
Deus.
"Onde está , ó morte , a tua vitória? Onde está , ó morte , o teu aguilhão?" Fazendo eco a essas palavras de São Paulo na primeira Epístola aos Coríntios , a liturgia da Semana Santa se refere à Paixão do Senhor , proclamando que os tormentos por Ele sofridos transformaram-se em glória e esplendor. Ao triunfar sobre a morte e o pecado, Cristo Jesus comprou nossa salvação , abrindo de par em par as portas do Céu.
Foi esse , entretanto , o único objetivo do Salvador com seu supremo martírio? Não. Além de reparar as ofensas feitas ao Pai pelos pecados cometidos por suas criaturas humanas , e de redimi-las , quis Jesus nos ensinar um novo caminho de amor a Deus: o oferecimento irrestrito das próprias dores , chegando até ao sacrifício da própria vida.
Após o pecado original , afirma São Tomás , estabeleceu -se na alma humana a necessidade do sofrimento para facilitar-lhe a aceitação de seu estado de contingência e , assim , ser levada a recorrer ao auxílio sobrenatural. Está é a razão pela qual muitos autores católicos têm comparado a dor a uma espécie de "oitavo sacramento" . Sem esse poderoso meio , acentuar-se-ia no homem a tendência de fechar-se sobre si mesmo e constituir -se em centro do universo. A dor o obriga a juntar as mãos em atitude de oração e a implorar a proteção de Deus e dos santos.
Jesus , ao submeter-se a dores atrozes , físicas e morais , deu-nos o exemplo e a lição de quanto a dor é eficaz para conquistarmos a vida eterna. Visto na perspectiva da Cruz de Cristo , o sofrimento é suportado com paz e serenidade e se torna insubstituível instrumento de conversão e progresso espiritual.
A Semana Santa nos traz excelente ocasião para refletirmos a respeito dos benefícios da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aproveitemos para pedir a nosso Redentor , Por intercessão de Nossa Senhora das Dores , que os méritos do seu preciosíssimo sangue derramado desçam sobre nós, de modo que , ao enfrentarmos nossas dores quotidianas , tenhamos as mesmas forças com que Ele enfrentou as dores da Paixão.
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