terça-feira, 12 de julho de 2011

O REPOUSO OPERANTE

Deus criou o universo em seis dias e descansou no sétimo. A cada etapa, Ele contemplava a obra realizada e via que era boa. Após ter analisado o conjunto, Ele o classificou como ótimo, e “descansou do seu trabalho” (Gn 2, 2). “O fim coroa a obra”, diz um antigo ditado latino. E “todo movimento tende ao repouso”,afirma, por sua vez, São Tomás de Aquino.
A própria natureza nos ensina essa lei. Após as tempestades, os mares se acalmam, a atmosfera se torna serena e o ar se purifica; nessas ocasiões, é extremamente agradável elevar os olhos ao Céu e contemplar a Deus, sua infinita bondade e misericórdia.
As quatro estações também nos dizem algo nessa linha, pois aos rigores do inverno se sucedem as cores, os perfumes e os frescores da primavera, os calores do verão são temperados pelo lento e crescente refrigério do outono. Assim também o organismo humano, em seu equilíbrio normal, exige um certo número de horas de sono cada noite. E talvez seja esta uma das razões pelas quais quis Deus fazer a Terra girar em torno de seu próprio eixo ao longo das vinte e quatro horas do dia.
Sim, Deus instituiu a lei do repouso na ordem dos seres criados; e procura habituar os homens, durante o estado de prova nesta existência terrena, ao recolhimento com vistas à vida eterna.
À primeira análise, o descanso poderia parecer uma imagem da inação estagnada, infrutífera e deteriorante. Porém, é nele que o homem reencontra o melhor de suas energias e de sua operosidade eficiente.
Jesus mesmo chegou a dormir na barca de Pedro, em meio à tempestade, e censurou os Apóstolos por não terem suficiente fé quando estes O acordaram (Mt 8, 23-26). Aos próprios discípulos, aconselhava Nosso Senhor o repouso depois das grandes atividades. “Tendo os Apóstolos voltado a Jesus, (...) Ele disse-lhes: Vinde à parte, a um lugar solitário, e descansai um pouco” (Mc 6, 30-31).

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