Mostrando postagens com marcador mons João Clá Dias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mons João Clá Dias. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de maio de 2017

Frase Mons João Clá Dias

Quando Deus não está no centro, começa a vir o desânimo, a tibieza, a infelicidade.

Mons. João Clá – 24 set 09

domingo, 7 de maio de 2017

A voz do Pastor

Nossa consciência nos leva a imaginar um Deus radical e justo contra nossas fraquezas e misérias, permanentemente em litígio conosco. É em Jesus Cristo que constatamos a Misericórdia, o Deus que perdoa, revela, ama e salva, enfim, o Pai de Bondade. Quem vê Jesus em Seus atos de infinita benquerença, vê o Pai; quem se enleva por Suas ações, adora o Pai; quem como humilde ovelha ouve Sua voz de Pastor, segue o Pai.
Mons João Clá Dias - O inédito sobre os Evangelhos vol I

domingo, 9 de abril de 2017

Como Deus nos amou

Amar aos outros como Deus nos amou! Eis uma das mais belas formas de preparar-se para a Eucaristia no tempo da Páscoa que se aproxima. Se assim fizermos, estaremos imitando, de fato, em nossas vidas, o Divino Mestre no sublime ato do lava-pés. E ninguém melhor para interceder por nós e promover a limpeza de nossas almas para acercar-nos do Pão dos Anjos, do que Maria Santíssima. Recorramos a Ela, sempre.
Cf Mons João Clá Dias - O inédito sobre os Evangelhos vol VII

quinta-feira, 30 de março de 2017

Reação de Marta e Maria

Marta era mais controlada em suas emoções, determinada em seus objetivos e, portanto, capaz de expor em palavras todos os seus sentimentos. Maria, bem diferente de sua irmã, tem arroubos de fervor sensível pelo Mestre, seu amor não conhece fronteiras e nem permite ser freado em suas manifestações, sua alma realmente seráfica a leva a lançar-se aos pés de Jesus, e o máximo que consegue exprimir é sua dor, em breves termos. De resto era chorar, soluçar, e com tal substância que todos se viram tocados por sua reação, acompanhando- a no pranto.
Mons João Clá Dias - O inédito sobre os Evangelhos vol I

quinta-feira, 9 de março de 2017

Olhar

Nasce o Menino Jesus, que tem o seu primeiro olhar posto em Nossa Senhora, e como primeira adoradora, a Rainha do Universo.
A mais bela de todas as cenas, a mais alta e elevada de todas: os olhares que possam ter existido. A troca de olhar mais bela do que essa foi o último olhar de Jesus na cruz para Nossa Senhora, e vice-versa. São os dois olhares extremos: o olhar do nascimento, o olhar da morte.

Mons João Clá Dias – 02/12/1999

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Frase Mons João Clá Dias

Neste início de Quaresma, procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, combater o amor próprio com todas as nossas forças.
Mons João Clá Dias - O inédito sobre os Evangelhos vol VII

domingo, 29 de janeiro de 2017

Devemos ser sal e luz

O discípulo, para ser sal e para ser luz, deve ser um reflexo fiel do Absoluto, que é Deus, e, portanto, nunca ceder ao relativismo, vivendo na incoerência de ser chamado a representar a verdade e fazê-lo de forma ambígua e vacilante. Procedendo desta maneira, nosso testemunho de nada vale e nos tornamos sal que só serve “para ser jogado fora e ser pisado pelos homens”. Quem convence é o discípulo íntegro que reflete em sua vida a luz trazida pelo Salvador dos homens.
Mons João Clá Dias - O inédito sobre os Evangelhos v.II

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Confiamos mais em Deus se tivermos as mãos vazias

O que mais vale é saber onde está Nosso Senhor Jesus Cristo e adorá-Lo, ou possuir todos os bens da Terra? Muitas vezes Deus faz com que estes nos faltem, porque quando as mãos estão carregadas de riquezas é difícil juntá-las para rezar. Estamos mais aptos a confiar em Deus se temos as mãos vazias. Portanto, não nos perturbemos caso venhamos a passar necessidades. Enfrentar problemas, dramas e aflições é um dom de Deus. Quem não sofre e não experimenta alguma instabilidade deposita a segurança em si mesmo e acaba por voltar as costas ao Criador, o que lhe acarreta o maior dos sofrimentos: ignorar a felicidade de depender de Deus.
Mons João Clá Dias - Comentários ao Evangelho Solenidade da Epifania do Senhor

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Heróica fé diante de um frágil menino


Veneremos também, nessa noite de Natal, a heroica e robusta fé daqueles homens tão simples [os pastores]. A equivocada crença daqueles tempos era de que o Salvador prometido deveria ser um homem cheio de poder para livrar seu povo de todo e qualquer inimigo, a fim de conceder-lhe a supremacia sobre todos os outros povos. Portanto, um libertador rutilante de esplendor, de glória e de majestade maiores ainda que as do próprio Salomão. Ora, em vez de se depararem com um temível e grandioso imperador, acham-se diante de um frágil Menino, envolto em panos. Junto a Ele, um boi e um burro para aquecê-Lo, um pobre artesão, uma mulher cheia de simplicidade. Enfim, tudo o que o mundo de então - e de todos os tempos - julgava mais vil e desprezível. Apesar disso, em nenhum momento foram penetrados pela menor dúvida ou mesmo insegurança. Acreditaram de toda alma ser aquele Menino o esperado Salvador. Será essa também a minha fé na Igreja de Deus, tão infalível quanto os Anjos?
Mons João Clá Dias - Extraído dos comentários ao Evangelho da Missa da Aurora do Natal do Senhor.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Um chamado para todos os séculos

Como católicos, devemos buscar a edificação de uma sociedade conforme aos preceitos evangélicos e, para isso, cabe-nos a responsabilidade de atrair as almas dispersas no mar revolto do mundo moderno e levá-las à barca de Pedro.
Não obstante, não poucas serão as dificuldades para exercer tão elevada função, sobretudo quando nos deparamos com nossas próprias insuficiências e falhas. Diante dessa desproporção, avançar e lançar as redes se afigura como algo impossível. O que nos é necessário para corresponder a uma missão tão superior às nossas capacidades? É o próprio Mestre quem nos responde, pela pena de São Paulo: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12, 9).
Portanto, quanto mais nos sentirmos incapazes de cumprir a vocação à qual Deus nos chama, maior deve ser nossa confiança no poder da voz que nos convoca. É vendo uma atitude de humildade cheia de fé que Nosso Senhor opera a pesca milagrosa, deixando patente que os bons resultados não dependem das qualidades nem dos esforços humanos. Ele confunde os fortes deste mundo e conduz os fracos à realização de obras grandiosas (cf. I Cor 1, 27).
Sejamos generosos e confiantes, pois também em nossas vidas Cristo apareceu ordenando: “Duc in altum! Eu os quero como instrumentos para renovar a face da Terra! Não tenham medo, pois Eu mesmo lhes darei as forças para a obtenção de um glorioso resultado!”

Mons João Clá Dias – Texto extraído O Inédito sobre os Evangelhos vol VI

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Frase - Mons João Clá Dias



Estejamos sempre atentos e desejosos de fazer o bem para os outros. E quando nós o fazemos, desce sobre nós uma graça maior do que sobre os outros. Porque quem dá recebe mais do quem recebe.

domingo, 4 de setembro de 2016

Frase Mons João Clá Dias

Devemos aceitar com inteira resignação, com inteiro equilíbrio e com alma grande os fatos minúsculos, pequenos e corriqueiros do dia-a-dia. É com estes fatos pequenos que se fazem as grandes histórias. 

Mons João Clá Dias - 3/09/2003

sábado, 27 de agosto de 2016

Os apegos desordenados

“Quem não carrega sua cruz e não Me segue, não pode ser Meu discípulo”. Não significa isso que precisamos ser flagelados, coroados de espinhos ou pregados na cruz, como foi Nosso Senhor Jesus Cristo. A cruz que Ele pede de nós consiste principalmente em vivermos desprendidos de tudo quanto é terreno, tal qual uma águia que voa sem amarras para, nas alturas, melhor contemplar o Sol.
Como tantas vezes comprovamos na vida, o apego desordenado gera aflições, inseguranças e receios que nos roubam a paz de alma. Portanto, mesmo o homem não chamado à vida religiosa deve fazer tudo com o coração posto nas coisas de Deus, inclusive ao cuidar dos negócios e da administração dos seus bens. Esse desprendimento é condição para seguir de perto a Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim agindo, a alma experimentará a verdadeira felicidade, prenunciativa da alegria que terá no Céu.

Mons João Clá Dias

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Nova publicação de Mons João Clá Dias

Há numerosas referências à figura de Plinio Corrêa de Oliveira e atuação em tantos autores. Nenhuma delas oferece uma visualização correta, que mostre este varão ímpar do único ponto de vista pelo qual realmente merece ser considerado, isto é, o do desígnio de Deus sobre ele.

A coleção em cinco volumes é uma versão ampliada da tese que Mons João Clá Dias defendeu para a obtenção do grau de Doutor em Teologia pela Universidade Pontifícia Bolivariana de Medellín, por meio da qual se quis facilitar ao grande público a compreensão deste homem que atravessou o século XX de ponta a ponta, e marcou de forma indelével os séculos vindouros.
Não deixe de fazer sua encomenda pela internet http://www.arautos.org/dom-sabedoria-plinio-correa-joao-cla/ ou pelo  telefone (11) 2971-9040.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Confiança

Santo Agostinho afirma que: “O pior do pecador não é o pecado cometido, o pior do pecador é quando ele perde a confiança em Deus”. Por isso, tenhamos a compenetração de que qualquer que seja a circunstância, desde que saibamos pedir perdão, como está no Pai Nosso, nós obtemos perdão e, ainda, obtemos graças para enfrentar situações piores. Saibamos confiar neste poder, não só neste poder de Deus, mas neste desejo de Deus de querer nos ajudar, levando em consideração que nós temos intercessores magníficos que fazem por nós o inimaginável, e que são o prolongamento de Deus junto a nós, para nos atender, para nos santificar. Que todos nós brilhemos nos Céus da história como os que mais confiaram na clemência, no auxílio e na proteção sobrenatural de Nossa Senhora, de Deus e de nossos intercessores.
Mons João Clá Dias - Extraído de conferência 08/10/2003

quinta-feira, 3 de março de 2016

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Onde encontrar o verdadeiro remédio para a dor?

 “O Senhor Deus é o amparo dos humildes” (Sl 146, 6). De fato, aos humildes, àqueles que praticam a temperança — virtude alheia aos orgulhosos — e se submetem à correção, à mortificação e à dor, cedo ou tarde Deus os haverá de atender e amparar.
Quando permitiu ao demônio atormentar Jó, Deus queria que aquele varão justo crescesse ainda mais na temperança e, portanto, na santidade, para, em seguida, cumulá-lo de méritos e outorgar-lhe em maior grau a participação na vida divina. Entendemos, então, quanto as tribulações que nos atingem são, no fundo, permitidas por Deus, em vista de uma razão superior.
Ele não pode promover o mal para a nossa alma, e assim age porque nos ama e deseja dar-nos muito mais do que já deu. E porque é bom, ao mesmo tempo que consente as adversidades, Ele nos conforta, como sublinham mais alguns versículos do Salmo Responsorial: “Louvai o Senhor Deus, porque Ele é bom, [...] Ele conforta os corações despedaçados, Ele enfaixa suas feridas e as cura” (Sl 146, 1.3).

Ao Se debruçar sobre a sogra de Pedro e fazer-lhe desaparecer a febre, ou ao sanar a multidão afligida por enfermidades e tormentos, Nosso Senhor não visava ensinar que a dor deva ser eliminada. Pelo contrário, tanto a considerava um benefício para o homem, que Ele mesmo abraçou a via dolorosa e a escolheu também para sua Mãe. Nestes milagres — como em incontáveis outros operados durante sua atuação pública — Ele devolveu a saúde para deixar uma lição aos Apóstolos, aos circunstantes e aos próprios enfermos: a luz está n’Ele, a vida está n’Ele, a solução da dor provém d’Ele! Mais adiante, na iminência de ressuscitar Lázaro, Ele dirá: “Eu sou a Ressurreição e a Vida!” (Jo 11, 25).
Mons João Clá Dias ( Texto extraído dos comentários ao Evangelho V domingo tempo comum - Revista Arautos do Evangelho fev 2015)

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Como alcançar uma sociedade feliz?

A primeira instituição humana não foi governamental, nem econômica, nem mesmo laboral. Criado Adão, e formada Eva de seu costado, constituíram eles a primeira família humana, princípio e causa de todas as demais. Desde a origem, como reafirmado posteriormente pelo Salvador (cf. Mc 10, 6-8), Deus criou o homem e a mulher, os quais, unindo-se segundo um desígnio eterno de sua sabedoria, “são uma só carne” (Gn 2, 24).
A solidez e estabilidade desta união — cuja sublimidade foi elevada a Sacramento pelo próprio Cristo como Fundador da Igreja — se encontram radicadas no fato de ser ela operada pelo próprio Deus, embora ministrada pelos esposos: a iniciativa é humana, mas o resultado é divino, porquanto o homem não tem poder para anulá-lo. Esta realidade foi sancionada pelo Redentor com uma ordem clara: “não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19, 6).
Foi este um dos elementos que opuseram-No aos fariseus: muito preocupados pelos aspectos humanos, e pouco interessados nos desígnios divinos, buscavam estes distorcer os princípios mosaicos para adequar a Religião às suas paixões. Jesus Cristo, contudo, não deu a menor margem às suas ânsias; obstinados e impenitentes, com esta e outras atitudes, os fariseus se empurraram voluntariamente para a margem da História...
Do casamento concebido segundo a visão cristã, surgiram as famílias que deram origem às sociedades inspiradas no Evangelho, destinadas a fazer florescer os frutos do Espírito: “caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (Gal 5, 22-23). Com muita organicidade, o homem conhecia uma mulher e, motivados pela caridade, resolviam casar-se; enfrentavam dificuldades, mas perseveravam juntos. Passavam-se os anos, e ambos se davam muito bem! Assim perduraram as sociedades, durante vinte séculos...
Porém, surgiram o divórcio e formas cada vez mais esdrúxulas de “famílias”; e os problemas, em vez de diminuir, aumentaram... Assim, chegamos a uma situação na qual a família sofre duma crise global, até constituir-se hoje uma verdadeira encruzilhada na História. Com efeito, de modo quase cíclico, a dureza de coração que Jesus denunciara nos fariseus (cf. Mc 10, 5) torna uma e outra vez a manifestar-se: com pretextos mais ou menos semelhantes, pretendem sempre retorcer a verdade de modo a julgar-se no direito de exigir de Deus que justifique os efeitos das paixões desregradas. Onde encontrar novamente o remédio para este mal antigo?

Para um mesmo problema, vale a mesma solução. Ontem, como hoje e sempre, o homem nesta Terra nunca poderá evitar a dor. O segredo da felicidade, portanto, não se encontra em não sofrer, mas em como enfrentar o sofrimento. A felicidade da família bem constituída se firma na Rocha sobre a qual foi edificada (cf. Lc 6, 48); enquanto ambos os esposos se encontram abrasados no amor a Deus, não temem nem vacilam; mesmo quando sofrem, estão cheios de alegria espiritual. A chave da felicidade de determinada sociedade consiste, pois, em estar formada por famílias cujos cônjuges anseiam pela santidade. 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Misericórdia infinita

Realmente, não há solução. Todos os recursos foram experimentados, e o resultado continua desastroso, desencorajando os que ainda mantinham restos de esperança.
Mas, de quem falamos? Qual a situação? A resposta é simples: trata-se da humanidade.
Ao analisar com objetividade a História, vemo-la como longa sequência de desatinos e fracassos, à maneira de uma estrada péssima, coalhada de obstáculos e catástrofes, cada qual mais terrível e assustadora que a anterior. Desolados, verificamos que a culpa de tais desgraças recai sobre os próprios viajantes, pois acumularam ao longo do trajeto os destroços de sua imperícia, descuido ou maldade, para servirem de tropeço aos próximos infelizes que, por sua vez, ultrapassam os antecessores nesse campeonato de horror.
Em contrapartida, que imensa profusão de carinho! Com solicitude incansável o Criador acompanhou o gênero humano ao longo das eras e, sobretudo, atingida a “plenitude dos tempos” (Gal 4, 4), ofereceu-lhe os méritos incalculáveis da Redenção operada pelo próprio Filho de Deus. Mas o desdém, a ingratidão e a revolta parecem ser as únicas respostas a essa abundância ilimitada, a esse esbanjar ininterrupto de amor.
Assim chegamos ao século XXI — tão jovem e já tão desvairado —, nascido no mesmo abismo onde o século XX deu o último suspiro. A Terra não passa de um covil de feras, selva de ódios e praça de loucuras.
À vista disso, dizemos: de fato, não tem conserto. No entanto, quem assim pensasse cometeria grave omissão.
Com efeito, se raciocinarmos com critérios exclusivamente humanos, poderemos concluir que a situação é irremediável e o desastre definitivo. Porém, faltar-nos-ão dados de valor primordial, cuja amplitude somente a Fé consegue descortinar.
Lembremos que a bondade de Deus, atributo do qual Ele jamais poderá separar-Se, não é apenas incomensurável, mas infinita. Ora, na manifestação de tal misericórdia, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade agiu como alguém que, desejando ultrapassar-Se a Si mesmo, sai do âmbito de sua família — onde goza das excelências de um convívio feito de requintada distinção e inefável doçura — e lança-se à procura dos infelizes e abandonados, para tornar-Se um com eles e assim elevá-los à sublimidade de sua nobre estirpe. “Sendo de condição divina”, decidiu “assemelhar-Se aos homens” (cf. Fl 2, 7) e tornou-os “semelhantes a Deus” (I Jo 3, 2). Deus então olhou para a humanidade e encontrou nela traços de sua própria “família”.

Pois bem, será Ele quem estabelecerá limites a essa misericórdia demasiadamente grande? Não! Ainda que o mundo role por despenhadeiros mais terríveis dos que até agora se sucederam, tudo terá solução. E nós, na ufania de verdadeiros familiares do Verbo Encarnado, fazemos diante d’Ele nossa proclamação de confiança: “Ó Sagrado Coração de Jesus, pleno de amor e bondade! Se o mundo atual se encontra mergulhado em tais profundezas, qual será a surpresa que nos prepara vossa clemência? Apressai-Vos em intervir, Senhor! E, por meio de vossa Mãe Santíssima, fazei desse extremo de miséria mero pretexto para a manifestação de novas maravilhas, nas infinitas altitudes de vossa misericórdia!

segunda-feira, 25 de março de 2013

A solenidade da Anunciação



Durante nove meses, quis Nosso Senhor Jesus Cristo viver no claustro materno de Maria. Ele, o Homem-Deus, a Quem todas as coisas obedecem, ao Qual nem o Céu nem a Terra podem abarcar, deliberou colocar-Se, enquanto criatura, na mais completa dependência de sua Mãe terrena.

Essa sujeição miraculosa e insondável é motivo de reflexão para todos os fiéis, mas, sobretudo, para aqueles que se entregaram a Maria como escravos, segundo a devoção ensinada por São Luís Grignion de Montfort. Pois essa forma de entrega a Jesus pelas mãos da Santíssima Virgem foi estabelecida pelo célebre missionário francês “para honrar e imitar a dependência à qual o Verbo Encarnado quis Se submeter por amor a nós” (O segredo de Maria, n.63).

Em contraste com essas cogitações, compreende-se melhor quão insensata é a desobediência das criaturas ao Criador, e que consequências terríveis não pode deixar de ter. Hoje, sob a capa de uma pretensa liberdade, que não passa de funesta escravidão ao pecado e às paixões desordenadas, uma multidão de homens se ufana em escolher o caminho da desobediência aos Mandamentos e conselhos do Senhor. E, cabe perguntar, não será essa uma das causas mais profundas da rápida deterioração do mundo atual?

Consagrados a Maria segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, os Arautos do Evangelho olham para a solenidade da Anunciação como sendo também a festa daqueles que se entregam docilmente a seu Criador por intermédio de Nossa Senhora. E preparam-se para ela renovando sua sujeição a Maria, à imitação do ato de obediência do próprio Deus.

O espírito de humildade da Santíssima Virgem em face desse mistério toma, nessa perspectiva, uma dimensão insondável. Ao Lhe ser anunciado que o Verbo ia Se encarnar n’Ela, sua reação não se manifestou num hino de vanglória, mas em termos humilíssimos: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Nessa expressão que deu início à Redenção do gênero humano estava incluída, porém, uma perplexidade: “Ele deseja meu consentimento para que se torne realidade esta situação incompreensível: que Eu tenha poder sobre Ele e Ele dependa de Mim em tudo. Por obediência à sua vontade, aceitarei”.

Desse ponto de vista, resplandece de modo especial a atitude de Maria dizendo-Se escrava de Deus no momento em que o próprio Criador queria, por assim dizer, fazer um ato enorme de servidão, de dependência, digamos ousadamente, de escravidão em relação a Ela. A solenidade da Anunciação é, portanto, uma ocasião para celebrar também o espírito de obediência, o amor à hierarquia, à ordem e a sujeição a Deus e à sua Santa Igreja.